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20 de set. de 2011

Bolsistas, Seleção e Frescor


A idéia de "seleção" sempre nos assombrou um pouco. As pessoas que chegaram ao CoMteMpu's vieram por convivência, convites, invasão, amigos, graus de parentesco, etc. Somente uma vez, em 2007, fizemos uma (larga) oficina de duas semanas para encontrar novos parceiros, mas não era uma seleção. As pessoas que participaram daquela atividade vieram por convite e nada garantia que sairíamos ao fim dos 14 dias com alguém para permanecer no grupo. Assim chegaram Eros e Verônica na época, que já eram parte de nossas redes de convivência e parentesco (Eros - primo de Victor/ Verônica - roomate de Iara na época...). Ainda, essas pessoas chegaram por interesses na pesquisa... bolsa? não existia... nuca houve. Outros tantos de tantas outras maneiras chegaram, mas seleção/audição nunca houve.

Por esse histórico anterior todo, quando pensamos em abrir um espaço para chegada de novas pessoas ficamos na dúvida se deveríamos e como deveríamos fazer. Carol Diniz levantou uma questão: "as vezes, uma convocatória dá oportunidade de aparecer pessoas que nem imaginaríamos, mas que poderiam contribuir para novos ares no grupo". Ainda assim, julgamos que não seria o caso de um novo integrante, não faria sentido... pelo menos não dessa forma. Novos integrantes surgem pela manutenção de afetos e não por convocatórias. Noves fora, zero, decidimos então criar um espaço para dialogar com estudantes e artistas independentes, contribuindo tanto com a formação e pesquisa do recém-chegado quanto com a demanda de frescor interno - necessário à manutenção da Zezolândia.

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Apois, assim fizemos: abrimos uma convocatória para selecionar estudantes e artistas independentes interessados em participar do nosso projeto de manutenção como bolsistas por seis meses. O processo de inscrição foi super simples: preenchimento de uma ficha mais uma carta de intenção, onde o candidato se apresentava e argumentava seu interesse de residir no grupo por seis meses. Ao todo foram oito inscritos, mas compareceram à oficina apenas cinco candidatos. Foram eles: Aline Niere, Dandara Baldez, Gatha (Renata Magnavita), Gláucia Rebouças e Paulo Abreu.

Do dia 12 a 17 de setembro estivemos reunidos no Centro Cultural Ensaio realizando uma oficina/mini-residência com interessados. Poucos dias para trabalhar/experimentar/discutir muitas coisas; mas como disse Mariana (Z-tchalk): foi a nossa cara!

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Não queríamos fazer um superclimãosseleção, então optamos por abrir nosso processo atual de pesquisa ao passo que também revisitávamos coisas antigas: corpo-plástico-objeto-coisa, zezação, jogos de improvisação, pré-inscrições corporais aplicadas em processos anteriores, sabotagem, etc (que não são antigas, são sempre novas coisas. Inclusive as revisitações ajudam a aprimorar questões perceptuais, afetivas, conceituais, biomecânicas. Ainda, poderíamos dizer que o novo foco de pesquisa está super contaminado dessas referências ditas passadas... amor. Para além do 2, do par em par, sim, estamos amando amados amores amantes). Assim apresentamos nossas escolhas e demos espaço para que novas coisas chegassem pela contribuição dos candidatos.

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Foi uma experiência muito rica... já há uns dois anos que não realizávamos oficinas em Salvador por muitos motivos que vão desde a falta de pessoas interessadas em participar quanto a nossa falta de ânimo para para toda a frustração que decorre daí.

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Dos momentos marcantes nessa oficina destacou-se, sem dúvida, o Zeza, o teste Zeza, a Zezação... e outros nomes que inventamos para tentar dar conta de nossa dança frouxa que insiste em escapar, sempre. Alguns exercícios já não fazíamos há uns anos e foi interessante fazer novamente esses dias para pessoas que já conheceram o grupo com certa cara de estabilidade, sendo que sempre fomos cercados de dúvidas. Nesse novo processo era um duplo teste de ter que falar sobre, renovar/mudar o discurso, ver até que ponto aquele exercício prepara realmente para um estado corporal em cena. Sem dúvida é outra coisa e será outra quando fizermos novamente.



Ouvir "Sinal Fechado", Chico Buarque e Maria Bethânia, para criar um clima sem ser clima e executar uma simples ação tensão e quebra abrupta é misto de nostalgia, ou diria, zezostalgia, mais invenção do agora. Talvez, a grande graça desse chamado "Teste Zeza" é o exercício de tentar achar o meio de executar e gerar questões para a execução. Desdobrar para fazer outro. Fora isso, a instantânea "Zezação" que nada mais é do que convivência. A ação é o próprio acontecimento... perceber/gerar o que atravessa/ afeta. Jogo de porvir, invenção e adiamento, talvez seja.

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Poderíamos ainda citar o exercício do desnecessário. Criar uma ação desnecessária é a coisa mais difícil e intrigante. Não se trata de fazer o referência a uma coisa desnecessária, mas sim produzir algo desnecessário. Confuso paradoxo, uma vez que quando se decide executar já está ai feito o desejo, portanto necessidade de ocorrência. Ainda assim, aquele "desnecessariedade" ocorrida destoa, provoca deslocamentos: lágimas, citação a uma rua imaginária antes de iniciar uma ação, as contagens de dedos, folhas do caderno ao vento do ventilador, solicitações de ações despretensiosas... muitas imagens surgiram desse exercício.


Por fim, claro que um grande motivador de discussões sem dúvida foi o novo processo de criação. Amor enquanto leitmotiv... assunto brega, já muito banal, tão tratado, retratado. O que mais pode interessar nessa discussão? Esse desafio/pergunta ainda nos perturba. Zeza in love, Zezinlov, ZinLov. Não sabemos para que e como vamos usar as referências que já aparecem na roda. Qualquer definição agora é precipitada, mas podemos dizer que começamos bem.

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Passadas as flores...

Após os dias de residência com os candidatos nos reunimos para decidir então quais ficariam com as bolsas. Essa foi a parte mais complicada de verdade: fazer a oficina foi ótimo, mas escolher os nomes não. Modificamos nossos horários de encontro para não interferir nos horários de aulas e compromissos dos candidatos. Nos flexibilizamos ao máximo, nomes foram e voltaram, mas, infelizmente, só tínhamos duas bolsas. Chegamos assim aos nomes de Gatha e Aline Niere.


Porém destacamos aos outros (Paulo, Dandara e Gláucia) que já criamos laços e que todos podem se sentir parte da Zezolândia, participar das atividades do projeto, frequentar reuniões, sugerir coisas, etc. Aqueles que se interessam por nosso trabalho são e serão sempre bem vindos. Assim foi com todos que hoje permanecem no grupo e por isso afirmamos nossa disposição em ser atravessados pelo que ainda estar por vir. Dizemos agora que não somete Aline e Gatha são bem vindas, mas a todos que participaram. Nossas parcerias podem e devem ser cultivadas.

sim, sim.

Um comentário:

Iara Sales disse...

é tempo de Z-afeto! ;)